segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Presidenciais II

Segunda-feira, e já se foram as eleições.

Por pouco não se confirmaram as minhas previsões:


Cavaco Silva de facto ficou em primeiro, tal como todas as sondagens faziam prever. A grande abstenção fez com que conseguisse um grande resultado com menos votos. Aliás, foi o Presidente eleito com menos votos, desde a Revolução dos Cravos. Ganhou em todos os distritos do país, o que fez com que no discurso de vitória falasse de 'um presidente de Portugal inteiro'. Voltou também a falar dos ataques que sofreu durante a campanha, mas ainda não foi desta que pôs os pontos nos i's. Tenho alguma curiosidade para ver como irá ser a 'magistratura activa' de que falou. Não vejo Cavaco como sendo uma pessoa de grandes riscos. Portanto não acredito que tome a iniciativa de dissolver o parlamento e o Governo PS. Provavelmente esperará que apareça uma moção de censura para depois convocar eleições. Parece-me que vai de facto ter um mandato mais activo, com muito mais recados, sem no entanto se estender muito além daquilo a que nos habituamos.



Manuel Alegre foi o grande derrotado da noite. Com o apoio de dois partidos conseguiu menos quase 300 000 votos do que quando concorreu sozinho. Este também foi um dos seus problemas: estava entalado entre duas estruturas com ideologias diferentes, e deixou de poder apresentar-se como político que tenta combater o sistema. Não teve ainda a máquina do PS nem todo o partido a apoia-lo. A insistência na questão do BPN também não lhe foi favorável, e a descoberta do caso do BPP ainda o mandou mais abaixo. Previa que ficasse em 3º lugar, mas com uma percentagem francamente baixa conseguiu pelo menos manter o 2º lugar.
Depois desta eleição talvez tenha desaparecido uma geração. E sem dúvida que a esquerda do PS saiu frágil, assim como Sócrates, que com esta derrota deixa mais espaço aos adversários para o mandarem abaixo.



Fernando Nobre foi o grande vencedor da noite. Foi mais vencedor do que Cavaco, porque lhe davam 10% na melhor das hipóteses, e conseguiu 14%. Quase 600 000 votos. Se a candidatura foi impulsionada por Mário Soares (como acredito que tenha sido), este nunca apareceu, e não foi devido aos seu conhecimento político que Nobre chegou a este resultado. Foi tudo mérito próprio. Mérito de uma campanha que não desiludiu (apesar da evidente falta de dom para passar as suas ideias e para falar em público) e que não se limitou a apontar casos de polícia para acusar os adversários. Valeu por si próprio, e mesmo na hora do discurso final, teve a humildade de apelar a todos os portugueses que agora se coloquem ao lado do novo Presidente, unidos, para vencer as dificuldades que aí vêm.
Inicialmente dizia que Fernando Nobre ia estragar a imagem dele ao envolver-se na política. Mas volto a repetir que acho que foi precisamente o contrário. Tal como disse, mostrou que a cidadania não política (porque a política é o posto máximo da cidadania, quando bem feita) tem rostos e tem base de apoio.



Quanto ao Partido Comunista, já há muito que deixei de ter algo original para dizer. Voltaram a ser (obviamente que na opinião deles) os grandes vencedores da noite e Cavaco o grande derrotado. Será que vale a pena comentar?


O Sr. Coelho confirmou as minhas expectativas. Teve um honroso 5º lugar. Já lhe chamam o 'Tiririca' da Madeira, e não é para menos. Conseguiu quase 200 000 votos, o que demonstra (a par com a abstenção) que as pessoas estão desiludidas com a política. Baseando a sua campanha num populismo extremo, apesar de não ser tão burro quanto quer fazer parecer, conseguiu um resultado histórico. Teve mais votos do que alguma vez Alberto João Jardim teve. Obviamente que se tem que dar o desconto de uma eleição ser a nível nacional e outra a nível regional, mas a comparação não pode deixar de ser feita. Foi uma bofetada de luva branca em Alberto João.


Defensor Moura foi a par de Manuel Alegre um dos grandes derrotados da noite. Nem em Viana do Castelo, sua terra, conseguiu ganhar. Ficou-se por perto dos 1,5%. Continuo a manter a minha opinião de que era candidato do PS para dizer o que Alegre não podia, e o que ganhou com isso foi uma votação miserável.

Uma das coisas muito negativas desta eleição foi a abstenção (a par dos problemas com o cartão de cidadão). As pessoas deixaram de se interessar por política e por votar, que é um direito que deve ser exercido. Nem que seja para votar nulo ou em branco (que aliás também bateram todos os recordes). Nem com o nosso próprio destino nos importamos.

Saudações Tasqueiras.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Presidenciais


Pois bem, hoje é o último dia de campanha. E como não podia deixar de ser, pelo menos 3 sondagens foram publicadas, com resultados muito parecidos.

Pessoalmente não concordo com nenhuma delas. Penso que iremos ter uma eleição bastante parecida com a última, com um Nobre a fazer de Alegre. Ou seja, Cavaco em primeiro lugar (sem garantias de ganhar à primeira volta), Fernando Nobre em segundo, Manuel Alegre em terceiro, Fernando Lopes em quarto, Coelho em quinto e o pobre Defensor Moura em último.

Ao longo da campanha, quem mais se evidenciou foi sem dúvida Fernando Nobre. Continuo a manter a minha opinião de que não se devia ter metido na política. Não tinha nada a provar, e a imagem dele podia sair muito deturpada desta luta. No entanto, e tal como também referi, conseguiu limar as tais arestas, e conseguiu afastar-se do rótulo de anti-candidato, uma vez que foi o único que não andou constantemente a fazer acusações a Cavaco Silva. Porém, não sei até que ponto será a fonte de estabilidade de que o país precisa, pois caso seja eleito (o que é francamente difícil) deverá querer mostrar acção.

Por outro lado, Manuel Alegre perdeu muito com os ataques constantes a Cavaco Silva. Se a ideia era cativar o eleitorado, penso que conseguiu exactamente o contrário. Não apresentou ideias, teve debates muito pobres e limitou-se a lançar calúnias, das quais os eleitores não gostaram.

Cavaco Silva não surpreendeu na campanha. Apesar de não ter esclarecido as polémicas em que estava envolvido, ninguém chegou a perceber muito bem o que aconteceu, nem ninguém conseguiu perceber se de facto ocorreu ali alguma coisa errada. Sou defensor de que aquilo de que o acusam é mais da esfera privada do que da pública, mas se não há nada a esconder, também não deveria haver problemas em explicar ao país o que de facto aconteceu.


Acerca de Fernando Lopes, não há nada a dizer. Foi um candidato à PCP, com a luta sempre na ponta da língua e sempre a falar mal dos grandes grupos económicos. Ainda ensaiou alguns ataques a Cavaco Silva. Esta candidatura deverá ter servido apenas para apresentar aos fiéis militantes comunistas (e aos outros) quem vai ser o seu próximo líder.

Para terminar, no campeonato dos mais fracos, Coelho acabou por também surpreender. Não é tão burro quanto quer fazer parecer, e conquistou votos à custa do seu populismo. Porém, obviamente que nem ele quer ser Presidente da República. Defensor Moura deu a ideia de ser um anti-candidato do PS, que servia apenas para dizer o que Alegre não queira/não podia, e deverá perder ainda mais devido a esse facto.

A ver vamos no próximo Domingo.

Saudações Tasqueiras.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Outra vez o Seabra.

Deparei-me ontem à noite com uma notícia que referia que 400 pessoas (sim, foram mesmo 400) foram convocadas por sms, em Cantanhede, e fizeram um cordão humano para apoiar "o filho da terra" tal como era referido. Fiquei com a sensação de que, de facto, a linha que divide o normal do absurdo é muito ténue.

O indivíduo, muito jovem, matou uma pessoa. E isso até acaba por ser a parte menos grave. De seguida mutilou os orgãos genitais e um olho (volto a repetir: sim, foi mesmo um olho) da vítima. E ainda se referem a ele com a orgulhosa expressão "filho da terra"?

Parece que para algumas pessoas ser falado no estrangeiro é que é o importante. E tanto faz se for porque o melhor treinador do mundo é português ou se for porque um português matou outro português de forma altamente brusca em Nova Iorque!
Saudações Tasqueiras.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Como é que um rapaz de 21 anos que sempre foi heterossexual decide ter uma relação com um homem de 65 anos?

Será só pela promessa de uma carreira internacional, de uma vida luxuosa e de fama?

E não haverá ali alguns antecedentes psicológicos graves? Porque não é uma pessoa qualquer que, além de assassinar alguém ainda consegue efectuar a dita mutilação. Mesmo que haja razões muito fortes, o que não nego que possa ter havido.

Um crime à CSI escrito em português.

Saudações Tasqueiras.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma boa definição

Cagar - evacuação de material fecal proveniente do recto.

Mais educado não poderia ser.

Saudações Tasqueiras