segunda-feira, 11 de abril de 2011

Não era ja de esperar?

Depois de um prolongado interregno, a Tasca volta finalmente a funcionar. E apesar de com bastante atraso, volta precisamente para falar acerca de um dos acontecimentos que têm marcado o panorama político português.

Tal como já era de prever desde a posse do 2º governo de José Sócrates, o executivo já não está em funções. Ou com demissão (como foi o caso) ou com uma moção de censura, mais cedo ou mais tarde tal iria acontecer. Errou o Presidente da República quando deu posse a um Governo de minoria na actual conjuntura. Mas adiante.

Vamos começar por uma pequena retrospectiva: Sócrates negociou o PEC I ainda com Manuela Ferreira Leite, certo? Sócrates negociou o PEC II com Pedro Passos Coelho, certo? Sócrates negociou o PEC III também com Passos Coelho, certo? Sócrates negociou o último Orçamento de Estado novamente com Passos, certo? Então porque é que decidiu avançar com o anúncio de um PEC IV sem consultar ninguém e sem tentar negociar com ninguém, quando anteriormente tentou sempre garantir previamente que os diplomas eram aprovados antes de serem postos a votação na AR?

Pois, segundo a minha humilde opinião existem duas razões bastante fortes:

1. Depois do discurso inflamado de Cavaco Silva na sua tomada de posse, Sócrates viu aqui uma irresponsável forma de vingança. Não informou a figura cimeira do nosso país das novas medidas de austeridade, e viu nesse acto uma forma de se elevar acima de tudo e de todos. Se bem se lembram, Sócrates tinha garantido pouco tempo antes do anúncio que a execução orçamental estava a correr melhor do que o expectável. Assim nada fazia prever mais austeridade.

2. Sendo Sócrates um político com muitos defeitos, mas com algumas qualidades, percebeu que esta era a melhor altura para provocar a sua própria queda. Apresentou um novo PEC à socapa, sabendo de antemão que era improvável que este fosse aprovado. E assim conseguiu um argumento para a sua já constante vitimização. Aproveitou para dizer que o papão do FMI não vinha devido aos seus erros, mas sim devido à irresponsabilidade da oposição, e subiu nas sondagens. Ainda acrescentou a tudo isto o facto de ter conseguido ir a eleições antes do PSD subir nas sondagens e descolar assim do PS. Um golpe de génio, não fosse o facto de prejudicar directamente o país e os portugueses.

Compreendo que o português esteja desinteressado e desiludido com a política. Porém fico com muito pena que um político falso e malabarista como José Sócrates consiga continuar, depois de 6 anos, a sua vitimização. E sempre a colher novos frutos.

O caminho é difícil, e as alternativas são também elas difíceis de avaliar. Porém Sócrates já deu provas credíveis daquilo que é capaz. E disto não quero mais.

Saudações Tasqueiras.

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