terça-feira, 1 de março de 2011

A parva da Isabel qualquer merda

Digamos que este post surge em sequência de ter visto esta pérola, que vale bem e pena ler. E também em sequência de ter ontem visto no programa "Prós e Contras" uma senhora que teima em ser contra os jovens. A referida senhora chama-se Isabel Stilwell e é directora de um jornal diário gratuito.

Aceito que se diga que alguns jovens de hoje (e aqui incluo quem vá dos 16 aos 35 anos) são pouco lutadores. Aceito que se diga que alguns jovens são desinteressados e que se refugiam em expectativas demasiado baixas. Aceito isso tudo.

O que eu não gosto (chega a irritar-me) é que se façam generalizações. E que uma senhora com elevado défice de QI diga num órgão de comunicação social que os jovens de hoje em dia se fazem de vítimas. A referida senhora deveria lembrar-se que actualmente, na grande maioria dos cursos superiores, a saída da faculdade é uma enorme dor de cabeça. É a procura de emprego, sem sucesso na maioria dos casos. Acabamos por ir parar a áreas que não se relacionam nada com a nossa formação, mal remuneradas. Ou isso ou emigramos. Portugal está podre, e se somos nós que temos que dar a volta à situação, deixem-nos dar a volta à situação. Somos a geração (de longe) com mais formação académica. Deixem-nos aplicar o que aprendemos.

Como querem que consigamos evoluir se passamos uma vida num emprego sem formação, mal remunerado, e ainda com contratos a prazo? Como podemos comprar um carro, comprar uma casa, ter um filho (ou até ter um cão), se não sabemos quando nos vão pôr na rua, desempregados?

Ontem no supra-referido programa, ouvi uma opinião que me agradou: o problema dos jovens não é a falta de intervenção do Estado, mas sim o excesso de intervenção do Estado. É verdade que Portugal é dos países Europeus com mais protecção de emprego. Por isso não se fazem contratos, porque se algo correr mal, esta protecção toda leva a que seja muito difícil dar a volta por cima. Mas isso não é culpa nossa. Isso é culpa da geração da senhora Isabel qualquer merda!

Vir dizer que nos fazemos de vítimas é de muito mau gosto. E essa Isabel devia, ela sim, aplicar aquilo que (talvez) aprendeu no seu ensino superior. Não deve estar a faze-lo.

Para acabar digo aquilo que me apeteceu dizer mal li o seu artigo: Vá pó caralho!

Saudações Tasqueiras.

2 comentários:

Taxi Driver disse...

A vedade é que hoje me dia o canudo não pode ser entendido como o equivalente à abertura de portas de antigamente. Contudo, é preciso estar consciente da realidade. Sobretudo a ligada com os estágios curriculares não remunerados que normamente são sinónimos de tirar cafés e fotocópias ou morrer de tédio... Mas infelizmente sempre com custos para o estagiário.
É vergonhoso!

Mas parece-me ter ouvido dizer que estão a tentar acabar com essa treta dos estágios curriculares, é verdade?

Indignados disse...

Esta tipo de malta que normalmente estão bem na vida quer que os outros sejam escravos, trabalhem com baixos vencimentos em trabalhos da treta, utilizando sempre argumentos sem base sustentável. O curioso é que a maior parte deles aufere bons ordenados e regalias, podem reformar-se cedo com a reforma completa, coisa que nunca vai acontecer aos jovens de hoje.